2: fronteiras e riscos
Preocupações com fronteiras temporais, em idade de corpo ou idade de calendário, marcam esta secção, levando-nos a questionar fronteiras de gostos, pois a primeira lista nada contém de reconhecidamente FC e a segunda é o reflexo invertido deste espelho. Concordaremos com o que foi escolhido para nós, teremos algo inédito a dizer? Convém ficarmos alerta contra discursos hegemónicos (pausa para aplaudir: «o prazer do texto é uma das mais importantes funções da literatura, ao lado da catarse e da busca de conhecimento do mundo»), mas por outro lado, é curta, esta passagem pela vida, e facilmente nos perderemos na selva editorial. Diversidade é o que propomos, despir a armadura, correr riscos de leitura. Também teremos as nossas preferências, devidamente assinaladas quando se intrometerem. Como, por exemplo, esta, que junta um autor a outro prefacista, ambos de qualidade.
Talvez nos ajudem as fronteiras espaciais, novamente (v. entrada anterior da presente coluna): se as traições de língua trazem outro tipo de interrogações (algumas incompreensíveis, como a opção de distribuir pelo canal português a versão dobrada, e não a original, desta série), também é verdade que nos fazem descobrir mundos, distantes em território, mas afinal são tão próximos em alma…
Luis Filipe Silva