Os Aquontes são uma espécie alienígena do universo do Comandante Serralves. São pacíficos, gentis e altruístas, viajando de sistema planetário em sistema planetário em imensas naves geracionais escavadas em asteróides.
Comunicam por bioluminescência, embora sejam conhecidos por criar drones similares às espécies inteligentes com quem contactam para facilitar a comunicação.
O João Pinto (esquerda) e Rui Ramos (direita) enviaram-nos as suas interpretações destes gigantes aquáticos, que a partir de hoje fazem parte da galeria de imagens do Projecto Serralves.
No passado dia 12 de Setembro de 2019 a Imaginauta teve o prazer de transformar a sala 2 do cinema São Jorge no Quarto Amarelo, durante o motelX, e apresentar o Contos do Rei de Amarelo.
Abriu-se as hostilidades com o jogo narrativo digital “O Quarto Amarelo”, inspirado nas ombras de Robert W. Chambers, Ambrose Bierce e Charlotte Perkins Gilman (recomendamos vivamente a leitura do “The Yellow Wallpaper”, um conto acerca dos supostos tratamentos para histeria que as mulheres tinham que aguentar no final do século XIX). Um jogo excelente trazido pelo trio Isaque Sanches, João Antunes e Gonçalo Guiomar.
Começou tímido, mas à medida que a história se foi desenrolando e os possíveis resultados das escolhas se foram revelando, foram-se juntando mais e mais pessoas sedentas de saber os segredos do quarto amarelo.
Desligaram-se as luzes e a loucura daqueles que lêem o Rei de Amarelo desceu sobre a sala numa instalação sonora do André Sobral que deixou muitos em pele de galinha.
Quando os holofotes (amarelos) voltaram a brilhar e a silhueta de Carcosa surgiu no horizonte a Imaginauta convidou o João Pinto, para falar das ilustrações que fez para o Contos do Rei de Amarelo e o actor do Miguel Borges, a convite do motelX, para nos falar da experiência como actor em peças desafiantes.
No final, ainda houve tempo para alguns autógrafos desenhados que possibilitaram quem foi de levar uma personalização do livro para casa.
Os restantes títulos da Imaginauta estiveram também presentes com até um novo título da colecção Barbante: Similitude do Nuno Miranda Ribeiro.
Pobres daqueles que caem nas mãos do Deus vivo! Não sobre nós, oh Rei, não sobre nós!
A apresentação do livro “Contos do Rei de Amarelo” vai decorrer durante o motelx (Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa) no dia 12 de Setembro, na sala 2 do Cinema São Jorge.
Para além do livro, preparámos algumas surpresas para os fãs de terror. Das 19h00 às 21h00 haverá uma instalação interactiva de texto onde poderás viver na pele de alguém que caiu nas mãos do Rei de Amarelo. O jogo foi desenvolvido pelo Isaque Sanches, João Antunes e Gonçalo Guiomar e inspira-se tanto no Contos do Rei de Amarelo como conto feminista de terror “O Papel de Parede Amarelo” de Charlotte Perkins Gilman.
Minutos antes do livro ser apresentado vamos tocar uma audiopeça de terror da autoria do actor André Sobral, com passagens dos Contos do Rei de Amarelo.
No lançamento, contaremos com a presença do actor Miguel Borges e ilustrador João Pinto, responsável pelas ilustrações interiores do livro.
O livro estará disponível durante o festival a preço de lançamento (10% de desconto) e após este será enviado para as livrarias generalistas.
João Barreiros (o autor), Carlos Silva e Cristina Alves a ler o conto Efemérides, acerca de um futuro alternativo em que Kennedy não morreu e a Lua foi colonizada com tecnologia dos anos 60, para horror da personagem principal, Russel.
Esta foi uma iniciativa Imaginauta e The Portuguese Portal of Fantasy and Science Fiction, em conjunto com a Câmara Municipal de Oeiras e British Council para promover o Museu da Lua, uma obra de arte que consiste numa lua insuflável suspensa, enquadrada num jogo de luzes e som.
O conto Efemérides foi publicado pela primeira vez em 1999 pelo jornal Público, ressurgindo uma segunda vez na antologia Se Acordar Antes de Morrer, versão esta que foi a usada na leitura.
Da direita para a esquerda: Carlos Silva, Cristina Alves e João Barreiros
E serviu ainda este evento para encontrar alguns fãs da Imaginauta e do João Barreiros, como o Leonardo Duprates, que trouxe consigo o exemplar do Crazy Equóides que encontrou na Livraria Lello do Porto e que assim o personalizou com um autógrafo do autor.
Estivemos à conversa com o autor João Barreiros acerca do seu mais recente romance “Crazy Equóides“. Venham descobrir alguns dos segredos deste livro.
O que tem o Crazy Equóides que mais nenhum livro em Portugal tem?
Nada que se assemelhe a Crazy Equóides parece ter existido na literatura lusa. Para já, trata-se de uma Space Opera retrofuturista. Não se refere a umbigos nem estados de alma. Não tem palavras ou frases bonitas. É anti romântica em toda a sua essência. É visceralmente violenta. Não trata do amor que redime, mas sim do amor que mata.
Mais do que tudo não existe neste derradeiro século, uma única obra genuinamente de FC nos sinistros meandros da literatura portuguesa.
Talvez seja por isso que ela é única na literatura lusa. Claro que a Academia e as almas sensíveis não vão querer pegar-lhe nem com a pontas dos dedos.
Talvez seja por isso que os Crazy Equóides vos possa interessar…
Quais foram as tuas principais inspirações para escrever este romance?
Inspiraram-me todas as aventuras pulp dos anos cinquenta, principalmente as Space Operas, onde as naves ainda podiam efectuar aterragens verticais.
E, claro, principalmente nos contos do Philip Jose Farmer.
Mack the Knife e Temps de La Cerises, as duas naves/inteligências artificiais têm nomes de canções, porquê?
Porque as canções revelam os fins a que as Companhias projectaram as naves
O nome Mack the Knife, por exemplo, foi retirado da Ópera dos três vinténs do Brecht. Mack é um chulo, e aproveita-se do espólio dos outros, apenas interessado nas opções mais negras da humanidade. A Companhia que Mack representa tem uma atitude quase necrófaga em relação aos restos que pretende alcançar.
Le Temps des cerises parece ser uma canção doce, mas surgiu na época mais negra da história de França, ou seja, durante o Terror. Também é a canção de fundo do Anime Porco Rosso. Se bem se lembram, o filme trata de um porquinho aviador que parece um homem ou de um homem que, por uma estranha maldição, se transformou num porco.
Love Kills, que também poderia ser o nome de uma nave, foi cantada na versão colorida e sonora do filme Metropolis, produzida por Moroder. Enquanto a canção passa, podemos ver o robô Maria a provocar crises de agressividade aguda entre os seus desatinados pretendentes. O filme completo encontra-se disponível no Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=TS5u_8Cs3AA
Se houvesse uma nave com o nome de uma canção portuguesa, qual seria?
Só poderia ser: BABY SUICIDA, cantada pela Ia com a cara da Adelaide Ferreira. https://www.youtube.com/watch?v=NsVEwz1-FLo
Neste caso a companhia lusitana teria de tentar resolver situações recusadas pelas outras Companhias, consideradas demasiado perigosas, ou absolutamente desnecessárias.
Depois de Crazy Equóides, o que recomendas ler a seguir?
Dogs of war de Adrian Tchaikovski
Lock in, Skalzi
Sysiphean, Torishima
Apex, Ramez Naan